Peripatético Gráfico

Apresento a Tese defendida em 2023, após longas e proveitosas horas dedicadas no percurso de Doutoramento no PPGCOM/UFMG.

Para download, acesse este [PDF].

Debruçar-se sobre o design do livro. Sob jugo está, portanto, o peso que o livro exerce no corpo-leitor. Um fardo cultural, um aparato técnico e sensível ao alcance dos olhos e das mãos, um atalho para a ação. Em conformidade com Didi-Huberman, “olhar debruçado, é pensar e imaginar-se, é quase sempre esperar alguma coisa, estar à espera de qualquer coisa. É um tempo psíquico configurado em posição espacial, em postura corporal e em sensações visuais concomitantes”.

Pois dentre as textualidades que enredam os corpos, humano e livresco, focalizo aquelas concernentes ao projeto de design gráfico. Para tanto, convoco o Elementos do estilo tipográfico, livro de Robert Bringhurst. Sigo ao encontro de uma chave para analisar e sistematizar a “mancha tipográfica”. A partir da exploração de aspectos teóricos e metodológicos presentes nas obras de Georges Didi-Huberman, Hans Belting e Vilém Flusser, coloco em jogo as relações entre corpo, imagem, meio, espaço e tempo, recorrendo aos elementos sintáticos e semânticos observáveis no projeto gráfico.

Ao postular uma compreensão mais abrangente da práxis do design gráfico, demarco o relevo onde a cultura se assenta. E, com isso, disponibilizo subsídios para se pensar nos atos e práticas de design gráfico, nos imaginários socioculturais, bem como nas potencialidades imaginativas daquele que projeta e também de quem usufrui do livro. O objetivo é cunhar um conceito, capaz de dar a compreender todo esse processo, batizado “Peripatético Gráfico”.


 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Re/vis-à-vis/ta.
A lida cotidiana do design gráfico.

Disponibilizo neste espaço algumas discussões sobre o design gráfico. Como introdução, trago o projeto de dissertação que desenvolvi sob a orientação do Prof. Dr. Paulo B.

Em linhas gerais, o estudo propõe dar a conhecer as intrincadas relações entre cultura e design gráfico. Discutir o papel do designer gráfico na sociedade contemporânea a partir da investigação sistematizada dos artefatos como meio para promover e potencializar o capital cultural de um indivíduo. A dissertação reivindica uma suposta função sociocultural do design gráfico enquanto instrumento catalisador da cognição humana. Explora o poder de significação dos artefatos ao evidenciar a dimensão qualitativa dos projetos e procura estabelecer parâmetros para a avaliação do “bom design”. Como objeto empírico, é analisada a revista serrote. A publicação periódica subsidia a construção das bases conceituais que compatibilizam a qualidade do projeto de design gráfico e o desenvolvimento das inteligências humanas.

Ao estabelecer a correlação existente, ainda que contingente, entre o design gráfico da revista serrote e o desenvolvimento do pensamento, a pesquisa esclarece que a experiência no uso dos artefatos promove, dentre outros, a apropriação, compatibilização, articulação e metamorfose dos sentidos configurados no projeto. Com isso, visa alcançar o entendimento de que o artefato de design gráfico – na forma de dispositivos gráfico-editoriais – promove uma ambígua reflexividade no usuário-leitor.

Eu me desculpo por quaisquer erros de digitação, ortografia ou linguagem existentes. Caso encontre algum, por gentileza me comunique pelo eu(at)amodesign.com.br. Se desejar fazer o download, aqui está [pdf].

 

Este projeto foi premiado na categoria “Trabalhos Escritos Não Publicados” do 31º Prêmio Museu da Casa Brasileira. O parecer da comissão julgadora, que transcrevo a seguir, me deixou imensamente orgulhoso.

“O autor se propõe a discutir o design como vetor de informação e conhecimento. A partir de boas referências e citações desenvolve um texto fluído sobre o papel do design gráfico na construção da cultura contemporânea onde a visualidade é proeminente. É um trabalho aplicado, que oferece rico panorama de reflexões de pensadores, de Benjamin a Flusser, de Eagleton a Certeau, presente em todo o conteúdo verbal, e, a proposta de evidenciar alguns dos inúmeros nexos entre design gráfico e cultura, é sem dúvida generosa.

A prodigalidade de textos lidos e citados expõe a quantidade e qualidade de pesquisa do autor, que desenvolve um texto fluído sobre o papel do design gráfico na construção da cultura contemporânea. A revista Serrote é adotada como case e analisada como objeto empírico, buscando correlação entre o design gráfico e o desenvolvimento do pensamento, visando evidenciar que experiência no uso dos artefatos promove, dentre outros, a apropriação, compatibilização, articulação e metamorfose dos sentidos configurados no projeto, conforme os objetivos propostos no mestrado.”

Boa leitura!