Fábio Belo
Psicanalista, professor, pesquisador e meu irmão. Difícil dizer o que tornou o projeto mais complexo.
Nas palavras do próprio Fábio Belo:
“A questão da identidade é complicada no universo da psicanálise porque ela mexe com o imaginário. Então, tenha em mente algumas coisas:
– o nome é um significante aportado pelo outro; talvez não esteja aí o principal, o mais claro do sujeito.
– o narcisismo se sustenta pelo olhar e pela palavra do outro: é o outro que me diz: “tu és” e me mostra no espelho. Sou a partir dessa alienação fundamental.
– mas o outro não me mostra na fenomenologia da minha imagem, na aparência… não: ele me mostra tal como ele queria me ver ali, a partir do seu inconsciente… por isso toda imagem que temos de nós mesmos é, a princípio, ilusória, digna de muita desconfiança… De repente, nos descobrimos em outro lugar, numa outra cena… que não aquela dita de forma consciente.”
Incrível! Mas, em princípio, irrepresentável, não é mesmo!? Sorte a minha que, na mesma época, estava relendo o espetacular O mundo Codificado, de Vilém Flusser. Juntar e misturar as ideias do Flusser com os objetos impossíveis foi o de menos.
Esse projeto é de 2010. Penso no resultado final como uma tentativa ambiciosa de representação.