Madama Butterfly

Inegavelmente, a cultura cartazista é uma das mais ricas e profunda experiência de design. Penso o cartaz como uma peça que não grita. Pelo contrário, murmura, atrai e abraça.

Madama Butterfly narra o amor de uma gueixa abandonada por um marinheiro. Nós, na Greco, elegemos o (re)encontro como fio condutor para a comunicação e buscamos retratar a esperança (ou seria ilusão?) desse momento.

Procuramos trabalhar em duas vertentes para gerar as soluções. A primeira, inspirada pelo indescritível Seascape do fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto, o horizonte marinho é retratado, no que pode ser definido como uma iminência poética.

A segunda versão ilustra uma passagem da Ópera, promessa do americano para a gueixa, e representa, esteticamente, outra ótica possível.

Não dá para deixar de narrar um acontecimento ocorrido na apresentação do projeto para o maestro regente, Gabriel Rhein-Schirato. Ao ver o cartaz do horizonte marinho, ele o traduziu e começou a cantarolar um trecho da Ópera, numa mágica relação sinestésica com a qual nunca imaginei possível ocorrer em um projeto que participara.

Gustavo Greco e Laura Scofield alicerçaram a elaboração, condução e refinamento de todo o processo. O Alexandre Fonseca manipulou as imagens.