MapSongs.

MapSongs. é um projeto concebido pelo meu amigo publicitário Zé Celso. Objetiva registrar, colaborativamente, todo e qualquer endereço no planeta Terra citado em uma canção. Convidado para materializar essa instigante ideia, logo fui atraído pelo caráter cultural, social e histórico da empreitada.

O conceito da identidade possui fundamento teórico, que busquei no terceiro capítulo do livro “Design para um mundo complexo”, de Rafael Cardoso. O pressuposto é simples: traduzir o cruzamento entre mapas e músicas. Quer dizer, projetar uma marca que represente duas visadas de uma malha: a de fora, conceitual; e a de dentro, experiencial. Por definição, não há simultaneidade, pois uma modalidade de visualização sempre anulará a outra.

Ao analisar o desenho do ícone de cima, tal qual num sobrevoo, temos uma visão abrangente da malha, em que se destacam pontos de interseção formados pelos cruzamentos das linhas. Por outra visada, ao navegar pelo desenho, em grau zero de leitura, estará revelado o nome do projeto, ainda que sob o custo de perda da visualização do mapa. Uma visada só completa o seu sentido quando se introjeta na memória a respectiva concepção oposta e complementar.

Dessa maneira, o mapa em forma de grid serve como acesso e representação, além de poder vir a ser percebido e decodificado numa outra dimensão de entendimento. É um convite à navegação, e nos revela natureza diversa de exploração. A canção se torna ponto, uma referência espacial. O mapa pode, portanto, ser contemplado como a metonímia de uma grande matriz espacial, visual, que se tornará sonora na medida em que triunfar na promoção dos encontros.

É fundamental salientar as ferramentas que o projeto faz uso para ser viabilizado. Um site da plataforma WordPress – capaz de customizar e incorporar o Google Maps –, divulgado via Facebook e consolidado por uma playlist exclusiva no Spotify. Redes de amplo alcance, que o MapSongs. procura conectar, costurar e disponibilizar para o ouvinte-navegante.

Por fim, a identidade visual foi deliberadamente pensada para web. Desde a tipografia PX Grotesk (Optimo) para o desenho tipográfico, assim como a Space Mono, uma Google Font com personalidade marcante para os textos promocionais. E, provavelmente, o aspecto mais impactante da identidade: o Deep Purple, cor-luz capaz de colorir as paisagens sonoras em cada encontro. O projeto continua ativo e aberto para participação. Navegue pelo mapsongs.com.br e envie sugestões para play@mapsongs.com.br.

(Projeto de 2017)